O trabalho deles está por toda parte: em casa, na escola, no trabalho, nos bancos, nos locais públicos, enfim, por todo lado. São eles os responsáveis por desenvolver e manter boa parte da tecnologia a que temos acesso, mas quase ninguém se dá conta disso.
O objetivo dos cursos de ciências da computação é formar profissionais capacitados para atuar desde a concepção de um algoritmo (como uma receita de bolo para resolver um problema de informática) até a criação e administração de um software.
De forma mais simples, o cientista da computação é um criador de softwares (conjunto de produtos que inclui os programas para computadores e manuais, especificações, etc.). Ao lado do engenheiro da computação e do bacharel em sistemas de informação ou análise de sistemas, o cientista da computação promove a migração de métodos manuais de trabalho para a informatização e a automação.
Como a formação é bastante ampla, as áreas de atuação são muito variadas. O cientista da computação pode trabalhar com tecnologia agrícola, jogos eletrônicos, tecnologia para celulares, equipamentos eletrônicos e bancos de dados, entre outras áreas. “Ele não é um simples programador. Ele tem uma visão muito mais ampla do que é a computação, por isso desenvolve atividades mais específicas, que vão do hardware ao software”, disse o professor Hermano Perrelli, vice-diretor do Centro de Informática da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE).
Um bom exemplo de trabalho desenvolvido por um cientista da computação é a ferramenta de busca do Google. “Um site de buscas está embasado em uma sólida formação teórica da computação. Olhe para a busca do Google. Você digita uma palavra e em centésimos de segundos a busca está concluída. Agora pense na arquitetura que está por trás disso, pense no conjunto de coisas que permite ao usuário digitar uma palavra e aparecer várias coisas relacionadas com uma velocidade muito grande. Isto é trabalho de um cientista da computação”, explicou Edson Norberto Cáceres, diretor de educação da Sociedade Brasileira de Computação e professor da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS).
Antes de escolher a carreira ciências da computação, o vestibulando precisa estar ciente de que o curso é muito mais do que ter afinidade com jogos, MP3 ou computadores. “A formação básica é composta essencialmente por lógica e matemática pura. É preciso ter habilidade com ciências exatas. Se o candidato não souber entender uma regra de três, por exemplo, ele não vai conseguir levar o curso”, disse a professora Renata Pontin de Mattos Fortes, coordenadora do curso de ciências de computação da Universidade de São Paulo (USP).